segunda-feira, 27 de maio de 2013

Estudo diz que nova gripe aviária pode ser transmitida entre humanos


O vírus H7N9 da gripe aviária tem capacidade de transmissão entre humanos, inclusive por via aérea, disseram nesta sexta-feira (24) pesquisadores da Universidade de Hong Kong que estudam a doença.

Os cientistas relataram que três furões, o principal animal usado em pesquisas sobre a influenza humana, contraíram o H7N9 quando em contato com outros furões previamente contaminados.

Um dos três ficou numa gaiola à parte, e acabou infectado por exposição aérea. Até agora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) dizia não haver indícios de "transmissão sustentada entre humanos". Desde que surgiu na China, a doença já matou 36 pessoas.

"As descobertas sugerem que a possibilidade de o vírus evoluir mais para formar a base de uma futura ameaça de pandemia não pode ser excluída", disse a equipe de pesquisa, liderada pelo biólogo Yi Guan, especialista em gripes aviárias.

Os cientistas também descobriram que alguns animais contaminados não desenvolveram febre e outros sinais clínicos, indicando que infecções assintomáticas entre humanos são possíveis. Isso tornaria o vírus mais difícil de detectar e controlar.

O vírus também pode contaminar porcos, mas não tem como ser transmitido entre porcos ou deles para outros animais, segundo o estudo. Mesmo assim, a equipe pediu às autoridades para que mantenham a vigilância para evitar uma mutação que resulte em um vírus mais sério.

Cuidados na análise

A OMS considerou o estudo bom, mas advertiu que as pessoas "têm de ter muito cuidado com o que está acontecendo no terreno".

"Estudos como esse são realmente úteis para aumentar o conhecimento geral, e este é muito útil para saber que, sob condições de laboratório, este vírus poderia transferir-se de pessoa para pessoa", disse o principal porta-voz da OMS, Gregory Hartl.

Há poucos dias, a OMS disse que o H7N9 parecia ter sido controlado na China graças a restrições a mercados aviários. O H7N9 apresentou sintomas relativamente brandos nos furões, e todos eles se recuperaram em no máximo sete dias, segundo o estudo. Os pesquisadores disseram que os pacientes humanos que morreram tinham outras complicações de saúde.

Desde que surgiu, em março, o vírus contaminou 130 pessoas na China continental. Nenhum novo caso foi registrado desde o começo de maio.

Pesquisadores da UFRN anunciam descoberta de estrela gêmea do Sol


Representação artística de CoRoT Sol 1

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) anunciaram a descoberta da CoRoT Sol 1, nome dado à estrela gêmea solar conhecida como a mais distante da Via Láctea, galáxia que abriga o Sistema Solar. De acordo com os cientistas, a análise do astro ajuda a prever o futuro do Sol, além de dar aos astrônomos a oportunidade de testar as atuais teorias da evolução estelar e solar.

O líder da equipe de pesquisadores, José Dias do Nascimento, explica que a CoRoT Sol 1 é cerca de 2 bilhões de anos mais velha que o Sol, mas o período de rotação de ambos é quase o mesmo. "É a única estrela com essas características que é mais velha do que o Sol", informa o astrônomo. A massa e composição química de ambas é semelhante, conforme o estudo desenvolvido na UFRN. No entanto, ao contrário das outras gêmeas solares, que são relativamente brilhantes, o brilho da CoRoT Sol 1 é 200 vezes mais fraco do que o do Sol.

O fato de a estrela gêmea estar em um estágio ligeiramente mais evoluído que o Sol será utilizado para análises sobre o futuro do Sistema Solar. "Em 2 bilhões de anos, na idade que o Sol terá a idade atual da gêmea solar CoRoT Sol 1, a radiação emitida pelo Sol deve aumentar e tornar a superfície da Terra tão quente que a água líquida não poderá mais existir em seu estado natural", comenta Nascimento. As informações analisadas pela equipe foram captadas pelo satélite CoRoT, lançado em 2006 e operado no Havaí, nos Estados Unidos.

Operado no Havaí, satélite CoRoT captou imagens de 230 mil estrelas 

O astrônomo pondera que determinar a idade de uma estrela é, provavelmente, um dos aspectos mais difíceis da análise, porém espectros de alta qualidade podem ajudar a determinar as idades estelares. O grande espelho de 8,2 metros e a precisão do telescópio Subaru foram essenciais para tornar possível a realização do estudo dos espectros da estrela gêmea.

Satélite captou 230 mil estrelas
A equipe planeja usar o telescópio Subaru para continuar a investigação sobre novas estrelas similares ao Sol. "Nos últimos 30 anos, apenas cinco estrelas foram descobertas", informa José Dias do Nascimento. De acordo com o astrônomo, o satélite CoRoT forneceu a observação de 230 mil estrelas. Usando um método criado na própria UFRN foram escolhidas as candidatas a gêmea.

"Sobraram 500 estrelas e, dessas, pedimos para observar 30. Analisamos quatro e duas se apresentaram muito parecidas com o Sol, com a diferença que em uma delas o espectro não ficou bom e na outra fico excelente, muito parecido com o Sol. Isso tornou a descoberta ainda mais preciosa", detalha Nascimento, que continuará a busca por astros gêmeos. "Agora vamos atacar outras estrelas. Queremos achar a estrela gêmea dois, três e daí por diante".

Pesquisa e descoberta

O anúncio da estrela gêmea solar foi feito na sexta-feira (17). A descoberta faz parte do artigo intitulado “"The Future of the Sun: An Evolved Solar Twin Revealed by CoRoT", que está aceito para publicação e sairá em breve na revista "Astrophysical Journal Letters" (ApJL).

Estrela gêmea solar está localizada na Constelação de Unicórnio 

















A equipe de cientistas responsável pela descoberta é composta por José Dias do Nascimento, da UFRN, que lidera o grupo; Jefferson Soares Costa e Matthieu Castro, também da UFRN; Yochi Takeda, do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ); Gustavo Porto de Mello, do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Jorge Melendéz, da Universidade de São Paulo (USP).

Pesquisadores descobrem 2 novas espécies de aracnídeos no Nordeste.


Nova espécie de aracnídeo, 'Rowlandius ubajara', descoberta no Ceará (Foto: Santos et al/Plos One)

Um grupo de pesquisadores brasileiros descobriu duas novas espécies de aracnídeos escavadores no Nordeste. Os animais, da ordem Schizomida, são parentes de escorpiões, aranhas e carrapatos, e foram encontrados no Ceará e no Rio Grande do Norte.

Os autores relataram o achado em artigo publicado esta semana na revista científica "Plos One". Com a descoberta, sobe para quatro o número de aracnídeos escavadores descritos no Brasil até agora, e para 25 os conhecidos em toda a América do Sul.

A primeira espécie, encontrada no Parque Nacional Ubajara, no Ceará, recebeu o nome de Rowlandius ubajara. Os animais vivem em regiões de cavernas de uma área remanescente de mata atlântica em plena caatinga.

Já a outra espécie foi descoberta em uma região de caatinga no Rio Grande do Norte e recebeu o nome de Rowlandius potiguar.

Em entrevista à agência EFE, o biólogo especialista em aracnídeos Adalberto José dos Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um dos responsáveis pelo trabalho, disse que esses aracnídeos se alimentam de sementes depositadas nas cavernas e de outros pequenos insetos que são atraídos pelas fezes de morcegos e capturados com um par especial de patas.

"Embora as espécies sejam de cavernas, há evidências de que uma das duas pode ser encontrada fora desses ambientes, e poucos indícios que estejam exclusivamente adaptadas à vida na escuridão", afirmou o biólogo.

A ordem Schizomida tem cerca de 240 espécies descritas, e a maioria vive em zonas tropicais do México e do Caribe. Esses aracnídeos medem entre 2 e 5 milímetros de comprimento e, por causa de seu tamanho, são raros e pouco estudados pelos cientistas.

As duas novas espécies descobertas no Nordeste também têm o que os pesquisadores chamam de "olho falso", comum entre outros animais do grupo. Isso significa que possuem uma membrana no lugar dos olhos, e acredita-se que os indivíduos se orientem não pela visão, que provavelmente é ruim, mas por outros sensores.

"As novas espécies foram descritas a partir de características microscópicas de seus genitais, que os diferencia de outros animais do mesmo gênero", explicou Santos.

De acordo com o biólogo da UFMG, a descoberta acrescenta componentes até agora desconhecidos à rica biodiversidade brasileira, e mostra o país como habitat de espécies que são mais comuns no Caribe e em áreas tropicais das américas Central e do Norte.

Os novos aracnídeos foram descritos em artigo assinado por Santos, em conjunto com Rodrigo Lopes Ferreira, pesquisador da Universidade Federal de Lavras (MG) e responsável por colher as espécies; e Bruno Alves Buzatto, especialista em variações morfológicas (da forma) entre artrópodes machos.
Imagem da espécie 'Rowlandius potiguar', encontrada no Rio Grande do Norte (Foto: Santos et al/Plos One)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Cientistas criam células-tronco humanas por meio de clonagem

Óvulo de doadora com núcleo de célula de pele (Foto: Divulgação/OHSU)

Depois de mais de 15 anos de fracassos de cientistas de todo o mundo, além de um caso de fraude, cientistas finalmente criaram células-tronco humanas com a mesma técnica que produziu a ovelha clonada Dolly, em 1996. A equipe liderada por Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Ciência e Saúde do Oregon, nos EUA, publicou artigo a respeito na revista "Cell", nesta quarta-feira (15)

Como informa a agência Reuters, para chegar ao resultado, os pesquisadores transplantaram material genético de células adultas em óvulos cujo DNA havia sido removido. Eles cultivaram células de seis embriões criados, em dois casos, a partir de DNA de amostras das peles de uma criança com uma doença genética, e, nos outros quatro casos, de fetos saudáveis.

Em cada um dos casos, o DNA foi inserido em óvulos não fertilizados doados e, após a aplicação de uma sequência de técnicas, foi verificada a replicação das células.

O procedimento, segundo a "Cell", abre uma nova frente para a medicina com células-tronco, que tem sido prejudicada por desafios técnicos, bem como questões éticas.

Até agora, as fontes mais naturais de células-tronco humanas eram embriões humanos, cuja utilização em pesquisa cria dilemas éticos. Para determinados setores, um óvulo fecundado deve ser tratado como um ser humano e, por isso, não pode ser descartado. A técnica divulgada nesta quarta-feira usa óvulos humanos não fertilizados, e, assim, não se enquadraria nessa discussão.

Eliminar a necessidade de embriões humanos pode aumentar as tentativas de utilização de células-tronco e suas descendentes para substituir células danificadas ou destruídas por problemas cardíacos, mal de Parkinson, esclerose múltipla, lesões na medula e outras doenças devastadoras.

Clonagem

A técnica, no entanto, também poderia ressuscitar os temores da clonagem reprodutiva, ou produzir cópias genéticas de indivíduos vivos (ou mortos). Mesmo antes de o estudo ser publicado, um grupo britânico chamado Human Genetics Alert protestou contra a pesquisa.

"Os cientistas, finalmente, entregaram o bebê que pretensos clonadores humanos têm estado à espera: um método confiável para criar embriões humanos clonados", disse o dr. David King, diretor do grupo. "Isso torna imperativo que nós criemos uma proibição legal internacional sobre a clonagem humana, antes que mais pesquisas como essa apareçam. É irresponsável ao extremo a publicação desta pesquisa."

Entre os cientistas, no entanto, o fato de a técnica ter funcionado está sendo saudado como um avanço, como afirmou o biólogo especializado em células-tronco George Daley, do Harvard Stem Cell Institute. "Isso representa uma conquista inigualável. Eles tiveram sucesso onde muitas outras equipes fracassaram, inclusive a minha."

Montagem mostra diferentes estágios do processo
descrito pelos cientistas na 'Cell'
(Foto: Divulgação/OHSU)

Fraude

Entre os que fracassaram na utilização da técnica está o biólogo Hwang Woo-suk, da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul.

Em 2005, Hwang e sua equipe foram manchete em todo o mundo quando anunciaram, na revista "Science", que haviam criado células-tronco embrionárias humanas por meio de transferência nuclear, a mesma técnica que os cientistas de Oregon usaram. A alegação de Hwang acabou sendo desmentida, tornando-se um dos casos mais famosos de fraude científica na última década.

Se o feito da equipe de Oregon se mantiver e puder ser replicado por cientistas em outros laboratórios, o método oferecerá uma terceira, e potencialmente superior, forma de se produzir células-tronco embrionárias.

A pesquisa com células-tronco decolou em 1998, quando cientistas liderados por Jamie Thomson, da norte-americana University of Wisconsin, anunciaram que conseguiram cultivar células a partir de embriões humanos de alguns dias obtidos em clínicas de fertilização, chamadas de blastocistos.

Como os blastocistos eram destruídos quando as células-tronco eram removidas, grupos que acreditam que a vida começa na concepção promoveram intensos protestos. Em 2001, o presidente norte-americano George W. Bush proibiu financiamento público federal nos EUA para pesquisa que criaria mais blastocistos.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Menino autista gênio da física é cotado para um dia levar Nobel

 Foto: BBC

Aos dois anos de idade, o jovem americano Jacob Barnett foi diagnosticado com autismo, e o prognóstico era ruim: especialistas diziam a sua mãe que ele provavelmente não conseguiria aprender a ler ou sequer a amarrar seus sapatos.

Mas Jacob acabou indo muito além. Aos 14 anos, o adolescente estuda para obter seu mestrado em física quântica, e seus trabalhos em astrofísica foram vistos por um acadêmico da Universidade de Princeton como potenciais ganhadores de futuros prêmios Nobel.

O caminho trilhado, no entanto, nem sempre foi fácil. Kristine Barnett, mãe de Jacob, diz àBBC que, quando criança, ele quase não falava e ela tinha muitas dúvidas sobre a melhor forma de educá-lo.

"(Após ser diagnosticado), Jacob foi colocado em um programa especial (de aprendizagem). Com quase 4 anos de idade, ele fazia horas de terapia para tentar desenvolver suas habilidades e voltar a falar", relembra.

"Mas percebi que, fora da terapia, ele fazia coisas extraordinárias. Criava mapas no chão da sala, com cotonetes, de lugares em que havíamos estado. Recitava o alfabeto de trás para frente e falava quatro línguas."

Jacob diz ter poucas memórias dessa época, mas acha que o que estava representando com tudo isso eram padrões matemáticos. "Para mim, eram pequenos padrões interessantes."

Estrelas

Certa vez, Kristine levou Jacob para um passeio no campo, e os dois deitaram no capô do carro para observar as estrelas. Foi um momento impactante para ele.

Meses depois, em uma visita a um planetário local, um professor perguntou à plateia coisas relacionadas a tamanhos de planetas e às luas que gravitavam ao redor. Para a surpresa de Kristine, o pequeno Jacob, com 4 anos incompletos, levantou a mão para responder. Foi quando teve certeza de que seu filho tinha uma inteligência fora do comum.

Alguns especialistas dizem, hoje, que o QI do jovem é superior ao de Albert Einstein.

Jacob começou a desenvolver teorias sobre astrofísica aos 9 anos. No livro The Spark (A Faísca, em tradução livre), que narra a história de Jacob, ela conta que buscou aconselhamento de um famoso astrofísico do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, que disse a ela que as teorias do filho eram não apenas originais como também poderiam colocá-lo na fila por um prêmio Nobel.

Dois anos depois, quando Jacob estava com 11 anos, ele entrou na universidade, onde faz pesquisas avançadas em física quântica.

Questionada pela BBC que conselhos daria a pais de crianças autistas - considerando que nem todas serão especialistas em física quântica -, Kristine diz acreditar que "toda criança tem algum dom especial, a despeito de suas diferenças".

"No caso de Jacob, precisamos encontrar isso e nos sintonizar nisso. (O que sugiro) é cercar as crianças de coisas que elas gostem, seja isso artes ou música, por exemplo."

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Eclipse solar cria 'anel' no céu da Austrália

                                                     Combinação de seis fotos mostra a lua cruzando a frente do sol. (Foto: AFP Photo)


Os australianos puderam assistir nesta sexta-feira (10) a um eclipse solar anelar.

Embora a Lua passe à frente do Astro-Rei, ela não consegue cobrir totalmente a estrela, dando uma forma de anel ao fenômeno visto da Terra.

O eclipse, o segundo em seis meses, teve melhor visibilidade no norte do país.

Moradores de outras regiões próximas, como a Indonésia, a Nova Zelândia e ilhas do Pacífico Sul também conseguiram ver o sol desaparecer atrás da lua.



Lua atravessa na frente do sol em imagem do observatório de Sydney. (Foto: AFP Photo)

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Criação em laboratório de vírus híbrido de gripe aviária desperta temor

Imunologistas expressaram preocupações nesta sexta-feira sobre o trabalho "perigoso" de cientistas na China, que criaram um vírus híbrido de gripe das aves capaz de se disseminar pelo ar entre cobaias, e que agora é mantido no freezer de um laboratório.

A equipe da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas e da Universidade Agrícola Gansu escreveram em um artigo na revista científica Science que haviam criado um novo vírus misturando os genes da "gripe das aves" H5N1 e o da "gripe suína" H1N1.
Transmitido às pessoas pelas aves, o H5N1 é letal em 60% dos casos, mas não é transmitido entre humanos, característica que até agora evitou uma pandemia. Alguns argumentam que estudos híbridos como este esclarecem como o vírus consegue sofrer mutação na natureza para causar uma epidemia humana, e podem ajudar às pessoas a se preparar.saiba mais

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o H5N1 infectou 628 pessoas e matou 374 desde 2003. O H1N1, que surgiu no México, é altamente transmissível e infectou um quinto da população mundial em uma pandemia registrada entre 2009 e 2010, mas é quase tão letal quando uma gripe comum.

O novo vírus mutante foi transmitido facilmente entre cobaias através de gotículas respiratórias. Com isso, a equipe chinesa indicou ter provado que o vírus mortal H5N1 pode precisar apenas de uma simples mutação genética para "adquirir transmissibilidade entre mamíferos".

Híbridos de gripe podem aparecer na natureza quando duas cepas infectam a mesma célula e trocam genes em um processo conhecido como reagrupamento, mas não existem evidências de que o H1N1 e o H5N1 tenham feito isso até agora. Alguns observadores temem que a ciência esteja colocando a Humanidade em risco ao criar tais mutantes.

"Estes vírus feitos pelo homem nunca estiveram na natureza. Agora estão armazenados em um freezer", disse à AFP o professor de virologia Simon Wain-Hobson, do Instituto Pasteur, da França. Wain-Hobson citou um vazamento em laboratório de febre aftosa, uma doença que afeta o gado e que causou um surto na Grã-Bretanha seis anos atrás.

Ainda não ficou claro como o híbrido da gripe, que não é mortal para as cobaias, poderia afetar as pessoas, mas Wain-Hobson alertou: "Estes vírus podem causar pandemias". "Isto é, se acontecer algum erro e eles escaparem ou coisa parecida, isso pode afetar as pessoas e provocar entre 100 mil e 100 milhões de mortes", acrescentou.

Wain-Hobson e outros temem que o risco possa ser ainda maior que o valor científico da pesquisa. As descobertas, argumentam, têm pouco valor para a descoberta de uma vacina ou de um tratamento que levaria anos para desenvolver, provavelmente muito antes de um surto.

"O registro de retenção nos mais importantes laboratórios de contenção não é bom. Tem havido repetidos vazamentos", afirmou Robert May, ex-presidente da Royal Society of Science britânica.

"Você não faz estas coisas a menos que exista algum apelo de emergência extrema", afirmou. "Estamos enfrentando um perigo presente e real com benefícios extremamente dúbios para o público".

O virologista John Oxford, da Universidade Queen Mary, de Londres, no entanto, disse que o experimento era um alerta importante. Ele demonstrou como dois vírus, ambos que ainda infectam pessoas ao redor do mundo, podem trocar genes.

"A matemática dirá que cedo ou tarde uma pessoa será coinfectada", afirmou, provavelmente levando a um vírus híbrido "que começará a se disseminar". "Precisamos nos reorganizar, rever nossos planos de pandemia e estar certos de que temos estoques de vacina para o H5N1", afirmou Oxford.

Em janeiro, cientistas dos Estados Unidos e da Holanda retomaram a controversa pesquisa sobre seus próprios vírus híbridos após uma pausa de um ano para reduzir temores de que o vírus possa escapar do laboratório ou cair nas mãos de terroristas.

Sua criação conseguiu ser transmitida entre furões, considerados bons modelos de pesquisa para a disseminação de doenças entre seres humanos. As equipes americana e holandesa citaram uma "responsabilidade de saúde pública" para retomar o trabalho, interrompido após um clamor público e sondagens sobre segurança global.

Jeremy Farrar, diretor da Unidade de Pesquisa Clínica da Universidade de Oxford, no Vietnã, disse à Nature News que o novo estudo demonstrou que o H5N1 continuava a representar uma ameaça muito real.

"Eu acredito que esta pesquisa é crítica para a nossa compreensão do influenza. Mas este trabalho, onde quer que seja no mundo, precisa ser estritamente regulado e realizado nas instalações mais seguras, que sejam registradas e certificadas com padrão internacional", afirmou.

EUA estão decididos a enviar astronautas a Marte em 20 anos


Os Estados Unidos mantêm seu compromisso de enviar astronautas a Marte na década de 2030 e todo o programa de exploração da Nasa se dirige a este objetivo, disse nesta segunda-feira o chefe da agência espacial americana, Charles Bolden.

"Um voo tripulado a Marte é agora o destino final da humanidade em nosso sistema solar e a prioridade da Nasa", disse durante a abertura de uma conferência de três dias em Washington dedicada à conquista do planeta vermelho. "Todo o nosso programa de exploração espacial está alinhado para apoiar este objetivo", acrescentou.
O presidente americano, Barack Obama, enviou recentemente ao Congresso um orçamento de US$ 17,7 bilhões para a Nasa em 2014, menor que no ano anterior. Mas apesar das restrições alfandegárias atuais, o governo de Obama "segue comprometido com uma estratégia coordenada e uma exploração dinâmica de Marte para que os Estados Unidos sigam desempenhando um papel dominante na exploração do planeta vermelho", insistiu Bolden, ex-comandante do ônibus espacial.A pesquisa na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), onde seis astronautas vivem seis meses seguidos no ano, já tem como foco a preparação de missões de longa duração a um asteroide e a Marte, através do estudo dos efeitos da microgravidade no corpo humano e da realização de testes em tecnologias necessárias para estas viagens, disse.

Dois astronautas, um americano e um russo, devem passar um ano na plataforma orbital em 2015, o que corresponderia à duração de uma missão a Marte.

A Nasa planeja enviar astronautas em 2025 a um pequeno asteroide, a fim de colocá-lo em órbita ao redor da Lua. Esta missão permitirá "o desenvolvimento de tecnologias e capacidades exigidas para as missões tripuladas a Marte", disse Bolden, citando melhores sistemas de sobrevivência e propulsão.

"A Nasa não tem atualmente a capacidade tecnológica para enviar seres humanos a Marte, mas acredito que estamos no caminho que nos levará lá na década de 2030", afirmou o chefe da Nasa, negando-se a comentar projetos privados que têm por objetivo ir ao planeta vermelho muito antes.

Geólogos acham possível continente submerso a 1.500 km do Rio de Janeiro

Amostras de granito foram encontradas nas profundezas do Atlântico.
Cientistas já apelidaram área de 'Atlântida brasileira'.



Geólogos brasileiros anunciaram nesta segunda-feira (6) que foram encontrados, a 1.500 km da costa do Rio de Janeiro, indícios de que estaria ali um pedaço de continente que submergiu durante a separação da África e da América do Sul, época em que surgiu o Oceano Atlântico.


De acordo com Roberto Ventura Santos, diretor de geologia de recursos minerais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), há dois anos, durante um serviço de dragagem (retirada de solo oceânico para análise) na região da Elevação do Rio Grande -- uma cordilheira marítima em águas brasileiras e internacionais -- foram encontradas amostras de granito, rocha considerada continental.


Ele explica que, inicialmente, levantou-se a hipótese de que o recolhimento de tais amostras fora engano ou acidente. No entanto, no último mês, uma expedição com cientistas do Brasil e Japão, a bordo do equipamento submersível Shinkai 6.500, observou a formação geológica que está em frente à costa brasileira e, a partir de uma análise, passou a considerar que a região pode conter um pedaço de continente que ficou perdido no mar por milhões de anos.


“Pode ser a 'Atlântida' do Brasil. Estamos perto de ter certeza, mas precisamos fortalecer essa hipótese. A certificação final deve ocorrer ainda este ano, quando vamos fazer perfurações na região para encontrar mais amostras”, explicou Ventura ao G1.


O diretor do CPRM não especificou a idade dessas rochas, no entanto, contou que os pedaços de crosta continental que foram encontrados são mais antigos que as rochas encontradas no assoalho oceânico, nome dado à superfície da Terra que fica abaixo do nível das águas do mar.


De acordo com Ventura, o próximo passo será enviar ao governo brasileiro uma solicitação para que o país reclame a área, que está em águas internacionais, junto à Autoridade Internacional de Fundos Marítimos (ISBA, na sigla em inglês), organismo ligado à Organização das Nações Unidas, para que seja realizada no local prospecção de recursos minerais e estudos relacionados ao meio ambiente.


Rochas encontradas durante expedição geológica à Elevação do Rio Grande, na costa brasileira (Foto: Divulgação/CPRM)



Pesquisador segura rocha com minério de ferro encontrada durante dragagem feita no ano passado, na região da Elevação do Rio Grande, na costa brasileira (Foto: Divulgação/CPRM)

Ovelha que recebeu gene de medusa nasce fluorescente no Uruguai


Animal geneticamente modificado é o primeiro do tipo na América Latina.
Ele brilha no escuro quando colocado sob luz ultravioleta.


Ovelha geneticamente modificada fluorescente do Uruguai (Foto: Javier Calvelo/AFP PHOTO / IRAUy )

Um experimento de cientistas uruguaios resultou no nascimento de uma ovelha fluorescente. O animal geneticamente modificado, que recebeu genes de uma medusa, é o primeiro do tipo na América Latina.

A ovelha nasceu no dia 12 de outubro de 2012 e se desenvolveu novamente, sem mostrar diferenças em relação a ovelhas não transgênicas, afirmou Alejo Menchaca, presidente do Instituto de Reprodução Animal do Uruguai (IRAUy), que fez o experimento em parceria com o Instituto Pasteur de Montevidéu.

A ovelha fica fluorescente quando colocada sob luz ultravioleta.

O objetivo da pesquisa é verificar a eficácia do método de introdução de um gene externo no DNA desses animais.

Vulcão em erupção na Indonésia é registrado por satélite da Nasa


Paluweh emitiu nuvem branca de fumaça e cinzas no Mar das Flores.
Imagem foi feita no dia 29 de abril e divulgada esta semana.

Nuvem branca de fumaça e cinzas é vista sobre o vulcão Paluweh, na Indonésia, em imagem feita no dia 29 de abril e divulgada agora (Foto: Robert Simmon, Nasa's Earth Observatory, using data from USGS and NASA)


O satélite Landsat, da agência espacial americana (Nasa), sobrevoou o Mar das Flores, na Indonésia, e registrou uma imagem do vulcão Paluweh entrando em erupção. A região fica no Oceano Pacífico, no limite com o Índico.
A foto foi feita no dia 29 de abril e divulgada esta semana. A nuvem branca de fumaça e cinzas expelida pelo vulcão se dirigiu para noroeste, no sentido das florestas verdes da ilha e do mar tropical.

Pelo calor emitido por mais de 8 quilômetros, um instrumento do Landsat identificou um ponto quente no topo do Paluweh, onde a lava escorreu nos últimos meses.

Esse instrumento também detecta mudanças sutis de temperatura, dentro de um décimo de grau Celsius.

O programa Landsat é uma missão conjunta da Nasa e do Serviço Geológico dos EUA. No fim de maio, o satélite terá sua calibração concluída e será renomeado para Landsat 8. Seus dados serão processados, arquivados e distribuídos de forma gratuita na internet
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Sonda da Nasa registra erupções solares com intensa radiação


Imagem de atividade solar combina três registros feitos pelo SDO na sexta-feira (3) 
(Foto: Nasa/SDO/AIA)

O Sol emitiu uma erupção de nível médio na sexta-feira (3), com poderosas chamas de radiação. 

   As imagens foram captadas pela sonda Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da agência espacial americana (Nasa), em um comprimento de onda que revela detalhes em alta temperatura. A foto abaixo combina três registros diferentes do SDO.
    As labaredas emitidas pela nossa principal estrela são da classe M, consideradas a mais fracas a causar algum tipo de efeito meteorológico espacial perto da Terra.
    Quando esses fenômenos são muito intensos, podem enviar partículas ao espaço perturbar a atmosfera do nosso planeta e prejudicar sinais de comunicação por rádio e satélite, além de causar espetáculos visuais como a aurora boreal. Lançada em 2010, o SDO estuda fenômenos do Sol capazes de interferir na nossa vida.
   Ultimamente, tem havido um aumento no número de tempestades solares, à medida que o astro se aproxima do chamado "máximo solar", período de pico de atividade após um ciclo de 11 anos, em que há um aumento no número de manchas na superfície. Esse máximo é esperado no fim de 2013.

Foto azul-esverdeada do Sol vê detalhes das explosões emitidas em alta temperatura (Foto:Nasa/SDO/AIA)